eu

21 anos, faculdade, música, amigos, família, futebol. surpresas. longe de tudo e de todos. saudade de tudo e de todos. nascer do sol, pôr do sol, lua cheia, mar e areia, festa e casa, tranquilidade, paz, harmonia, felicidade. amor e mais amor, carinhos, sorrisos, abraços. abraços, sorrisos, carinhos, mais amor e amor. violão, baixo, saudade, esperança, fé. curiosidade, sede por conhecimento, paciência.

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universo, galáxias, estrelas, planetas, satélites. oceanos, mares, rios, lagos, lagoas. florestas, matas, árvores, grama. baleias, elefantes, girafas, leões, macacos, homens. do maior pro menor, não necessariamente nessa ordem, cada um com sua incomparável beleza, simplicidade e compelxidade. bonito ou feio, inteiro ou meio, cada um encanta com suas características ímpares, e fazem com que nos recolhamos à nossa insignificância perante o todo.

Silêncio

E tudo perdeu o sentido. De novo. A noite fria e silenciosa dava uma impressão de solidão, que não passava por nada. O vento batia e dava calafrios. Esses calafrios lembravam a infância, sozinha e triste. Sempre à procura de uma pessoa em quem confiar, uma pessoa pra servir de guia, pra mostrar-lhe o caminho. Esperando por uma mão que salvasse do fundo do poço, tirasse da lama, desse tapinhas nas costas, mas também um tapa na cara quando fosse necessário. E então o vento parou. E voltou a solidão do momento em que se encontrava: no meio da rua, sem ter pra onde ir, pra onde olhar, com quem falar. Mas aí, em meio a esse silêncio todo, pôde perceber que em momentos assim podia encontrar respostas que não havia encontrado quando no meio das pessoas. Pessoas que por vezes aparentavam ser companheiras, mas que na verdade não estavam lá quando precisavam estar. Então sorriu. No meio da sua solidão, sentiu-se bem. Confortável. Em paz. E aquele sorriso silencioso fez tudo parecer bem.

Momento

O caos estava por todo lugar. A fumaça que saía das chaminés, o barulho dos motores dos carros, as motos buzinando a todo momento. A vontade era de sumir. Ir para algum lugar distante o suficiente para abstrair. Quem sabe desejando com muita força isso não ocorra? E então desejou. Com toda a força que ainda restava. Não era muita, mas mesmo assim foi suficiente. E aquela vontade súbita de que tudo à sua volta desaparecesse pareceu finalmente surtir algum efeito. Esse efeito que era o foco principal de seus sonhos há algum tempo. Pôde-se perceber que quando um desejo é muito forte, ele acaba se tornando realidade. E então tudo ficou calmo. O mundo parecia diminuir seu ritmo lentamente, parando por fim. As coisas tornaram-se muito claras e simples. Tudo o que sempre foi considerado complexo começou a se demonstrar trivial. Os problemas desapareceram, as intrigas também. A insegurança deu lugar à confiança. A dúvida deu lugar à certeza. A ansiedade, à paciência. E tudo ficava mais belo. O desabrochar das flores era como o nascimento de bebês. Vida nova, vida bela. Vida cheia de significado, que sua vida tinha perdido. Foi quando finalmente se deu conta do que tinha perdido na vida. Um sentido. Um rumo para seguir. Escolhas pra fazer. E como num passe de mágica o caos voltou. O mundo estava a toda velocidade mais uma vez. Só que dessa vez, a vontade não era de sumir, e sim de fazer as coisas andarem. Fazer com que as coisas passassem a ter um fundamento que pudesse ajudar com que o caos não fosse mais o agente consumidor que era, mas sim um agente inspirador, que pudesse transformar momentos de tédio em momentos de criação, ânimo, empolgação. Com o pensamento revigorado, começou a dar as coisas o valor que elas realmente mereciam. O valor que fazia com que todo o caos não fosse mais criador de desespero, mas sim o motivador para propagação da harmonia.